Série D 2023
Em jogo tenso, Brasil supera o Caxias por 2 a 1 e volta a colar no G-4 do grupo A8
Com gols de Mário Henrique e Da Silva, Xavante faz valer o fator local e quebra jejum contra o Grená para ficar a apenas um ponto da zona de classificação
Foto: Carlos Queiroz - DP - Centroavante substituiu o lesionado Rafael Costa, no primeiro tempo, e fez um golaço de falta para encerrar o próprio jejum, dando o triunfo ao time
O Xavante segue vivíssimo na Série D do Brasileirão. Neste domingo (2), o Rubro-Negro levou a melhor por 2 a 1 sobre o Caxias, no Bento Freitas, pela 11ª rodada da primeira fase. Em um jogo tenso, cheio de cartões – incluindo três vermelhos -, o Brasil contou, entre outras coisas, com a redenção de Da Silva. Acertando um foguete ao cobrar falta, o centroavante quebrou seu jejum de gols na competição e marcou pela segunda vez na temporada.
Da Silva, aliás, precisou entrar mais cedo que o previsto. Durante a etapa inicial, ele substituiu o lesionado Rafael Costa, autor da assistência para Mário Henrique abrir o placar. O lateral-esquerdo, artilheiro da equipe na Série D, acabou expulso ainda antes do intervalo, após longa confusão generalizada que também gerou cartão vermelho para Adriel, do Grená. Os visitantes chegaram a empatar no primeiro tempo com Eron, mas não conseguiram levar um ponto para casa.
O resultado positivo é fundamental para as pretensões da equipe de Rogério Zimmermann na quarta divisão nacional. Apesar de seguir em sexto lugar do grupo A8, o Xavante agora soma 14 pontos e está apenas um atrás do quarto e do quinto colocados, respectivamente Camboriú e Concórdia. Na próxima rodada, o Brasil volta a atuar em casa, às 16h de domingo, diante do lanterna Novo Hamburgo. É a chance de ingressar na zona de classificação aos mata-matas a só três partidas do fim da primeira fase.
O triunfo deste domingo também encerrou um tabu de oito anos sem superar o Caxias. A última vez havia sido na Série C de 2015. Na Baixada, o Rubro-Negro não batia o clube da Serra desde 2011.
Escalação e lesões
Rogério Zimmermann não teve os lesionados Gutierrez, Denis Germano e Guilherme Beléa – o último, que se firmou como titular, apresentou problema muscular durante a semana. Assim, Patrick atuou na função de meia central do 4-2-3-1, com Márcio Jonatan retornando à ponta direita após cumprir suspensão.
Durante o primeiro tempo, porém, RZ precisou fazer duas substituições forçadas por novas lesões. Rafael Costa saiu com lesão muscular e Patrick, aparentemente, teve incômodo no joelho direito.
Gols e nervos à flor da pele
Muita coisa aconteceu ao longo da etapa inicial do confronto gaúcho no Bento Freitas. O árbitro capixaba apresentou oito cartões amarelos e dois vermelhos e, aos 45, indicou 14 minutos de acréscimo – antes de dar mais um antes do fim. Com as duas equipes espelhadas taticamente, a primeira chance foi uma cabeçada de Márcio Jonatan, para fora.
Mas na sequência, aos 16 minutos, Mário Henrique tabelou com Rafael Costa e chutou forte, no canto de André Lucas, para abrir o placar. Foi o quinto gol do artilheiro rubro-negro na Série D, em um lance que acabou sendo o divisor de águas da partida. Logo depois, Rafael Costa precisou sair. Aos 31, uma falta de Elyeser sobre Patrick, perto da área, gerou paralisação de 11 minutos, mudando o jogo de vez.
Furioso, Mário Henrique partiu para cima de Dirceu, zagueiro do Caxias, que, já com cartão amarelo, escapou do bolo. Membros de comissões técnicas, jogadores reservas e todos os integrantes do quadro de arbitragem entraram em campo. Depois de muito tentar, José Wellington Bandeira enfim mostrou as advertências. Os dois laterais-esquerdos receberam vermelho: Mário Henrique e Adriel.
Na cobrança da falta, Da Silva soltou uma bomba e exigiu ótima intervenção de André Lucas. O Grená cresceu nos acréscimos e ameaçou com Marcelinho, em voleio que passou perto. Só que em escanteio cobrado aos 47 minutos, o centroavante Eron se antecipou na primeira trave e desviou para superar Pitol: 1 a 1. Antes do intervalo, Tony e Márcio Jonatan registraram finalizações para o Xavante, que tinha Lailson de lateral-esquerdo. Taticamente, o Brasil passou a atuar em um 4-4-1, sem o tradicional meia de ligação.
Nova expulsão muda o rumo do jogo
Os dois treinadores mexeram para o segundo tempo. Zimmermann trocou Branquinho por Wellington, enquanto Gerson Gusmão tirou Dirceu e Elyeser, com cartão amarelo, para colocar Lucão e Ricardo Lima. O Brasil continuou no 4-4-1, mas o Caxias ficou mais ofensivo: apenas um volante à frente de um quarteto ofensivo formado por Galvan, Joãozinho, Marcelinho e Eron.
A velocidade de Wellington, aliás, fez a diferença rapidamente para o Rubro-Negro. Aos seis minutos ele puxou contragolpe e encontrou Márcio Jonatan. Perto da área, o camisa 7 sofreu falta forte de Fernando. Já amarelado, o zagueiro do time da Serra tomou o segundo e deixou o Grená com nove jogadores.
O Brasil não poderia ter aproveitado melhor esse momento. Aos oito minutos, Da Silva pegou na veia ao bater a falta, contando com participação importante de Wellington, que deu a tradicional ajeitada para aumentar o ângulo do chute. O centroavante marcou pela primeira vez na Série D, a segunda na temporada. Ao acertar um foguete no ângulo de André Lucas, ele recolocou o Xavante na frente: 2 a 1.
A resposta do técnico visitante foi trocar Joãozinho por Soares, para tentar reforçar a faixa central. A vida do Caxias estava muito complicada já a essa altura, e o time se obrigou a adotar um estranho 4-2-2 em busca do empate. Mesmo após voltar a abrir vantagem, só o Xavante atacava, em um jogo que seguia tendo vários cartões mostrados pelo juiz.
A importância de garantir o resultado positivo também ia gerando um grande esforço físico do time. Claramente cansado, Amaral precisou deixar o jogo. RZ não escolheu Afonso, volante de origem, e optou por Rafael Pernão, mais ofensivo, para formar dupla ao lado de Chicão e ajudar a proteger a área nos minutos decisivos.
Ao contrário de outras partidas nesta mesma Série D, o sistema defensivo do Brasil soube segurar o placar, confirmando uma vitória tão tensa quanto essencial para manter viva a esperança de conquistar um novo acesso nacional. Nos acréscimos do jogo, Mário Henrique e Guilherme Beléa estavam junto à torcida, rente à tela do lado do banco de reservas rubro-negro. Nas arquibancadas, a festa era de quem sabe que retornou à briga pela classificação, com mais dois compromissos em casa.
Coletiva de RZ
A entrevista do treinador após o triunfo está disponível nas redes sociais oficiais do Xavante. Acesse e confira no YouTube.
Primeiro tempo
12’: Galvan arrisca de fora da área, por cima do gol de Pitol.
15’: Branquinho invade a área pela esquerda e cruza. Márcio Jonatan mergulha e cabeceia à esquerda da trave de André Lucas.
16’: GOL DO BRASIL. Mário Henrique aparece por dentro e tabela com Rafael Costa. Após ótimo pivô do camisa 9, o lateral bate firme, cruzado, sem chances para o goleiro: 1 a 0.
19’: Lesionado, Rafael Costa cai no gramado e precisa de substituição. Entra Da Silva.
31’: Após falta de Elyeser em Patrick, uma confusão generalizada se forma.
39’: Depois de quase dez minutos, árbitro expulsa Mário Henrique e Adriel.
42’: Onze minutos após a marcação da falta, Da Silva solta uma pancada na cobrança e André Lucas espalma com o braço direito.
44’: Com dores no joelho, Patrick deixa o campo para a entrada de Lailson.
45’: Amaral intercepta cruzamento, mas a bola se oferece para Marcelinho, que pega um sem pulo e quase acerta o ângulo de Pitol.
45’: Arbitragem assinala 14 minutos de acréscimo. Paralisação foi de 11 minutos só na confusão que gerou as expulsões.
47’: GOL DO CAXIAS. Após escanteio cobrado fechado na primeira trave, Eron se antecipa e empata, de cabeça: 1 a 1.
51’: Chicão ganha dividida e toca para Tony. Livre na área, o lateral chuta para fora.
59’: Lailson cobra escanteio e Márcio Jonatan desvia por cima do gol.
Segundo tempo
4’: Joãozinho recebe na esquerda, puxa para dentro e bate colocado. Pitol espalma.
7’: Cartão vermelho para Fernando. Zagueiro do Caxias, que já tinha amarelo, chega de sola em Márcio Jonatan e deixa o Grená com nove.
9’: GOL DO BRASIL. Golaço de Da Silva: na falta que gerou a expulsão, o centroavante aproveita a bola rolada e acerta um foguete no ângulo: 2 a 1.
17’: Wellington dribla o zagueiro e chuta forte, mesmo ângulo. Goleiro espalma.
24’: Marcelo recebe em profundidade, às costas de Márcio Jonatan, e cruza com perigo. Ninguém chega para completar.
30’: Soares arrisca de longe e Pitol encaixa.
32’: Wellington faz fila, invade a área e só não faz um golaço porque André Lucas sai bem para defender a conclusão rasteira.
41’: Márcio Jonatan bate cruzado, de canhota, após passe de Lailson. Bola passa perto.
50’: Marcelo domina na área após levantamento e quase finaliza. Márcio Jonatan afasta.
Ficha técnica Brasil (2)
Caxias (1): André Lucas; Marcelo, Dirceu (Lucão - intervalo), Fernando e Adriel; Pedro Cuiabá (Moacir – 24’ 2T), Elyeser (Ricardo Lima – intervalo) e Galvan (David Lustosa – 32’ 2T); Marcelinho, Joãozinho (Soares – 11’ 2T) e Eron. Técnico: Gerson Gusmão.
Gols: Mário Henrique, aos 16’ 1T (B), e Da Silva, aos 8’ 2T (B); Eron, aos 47’ 1T (C).
Cartões amarelos: Marcelo Pitol, Chicão, Márcio Jonatan, Rogério Zimmermann e Da Silva (B); Joãozinho, Dirceu, Elyeser, Fernando, Pedro Cuiabá e Galvan (C).
Cartões vermelhos: Mário Henrique (B); Adriel e Fernando (C).
Árbitro: José Wellington Bandeira (ES).
Local: Bento Freitas.
Público oficial: 2.134 pessoas.
Série D Sábado
11ª rodada
Grupo A8
São Joseense 0 x 1 Concórdia
Camboriú 1 x 1 Hercílio Luz
Domingo
Brasil 2 x 1 Caxias
18h | Novo Hamburgo x Aimoré
12ª rodada Sábado (8)
15h
Hercílio Luz x São Joseense
Domingo (9)
15h | Concórdia x Camboriú
16h | Brasil x Novo Hamburgo
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